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Pirataria: chegou pra ficar

Mais uma contribuição do Som Barato.


do blog de Sílvio Meira:

agora é oficial: a pirataria chegou pra ficar. estudo que acaba de ser publicado pela MCPS-PRS [aliança inglesa que representa os donos do copyright de mais de 10 milhões de títulos musicais] e bigChampagne [de medição de audiência online] mostra que, mesmo quando o preço de um bem digital chega perto de zero [caso do último álbum do radiohead, cujo preço podia ser escolhido pelo usuário], a vasta maioria das cópias que circula na rede vem de sites piratas.

o caso de in rainbows, disco de radiohead que podia ser trazido de graça do site da banda, é emblemático: mais de 100.000 cópias pirata circularam na rede, por dia, durante o primeiro mês de disponibilidade do álbum [dando uns três milhões de cópias piratas na rede]. apesar do número de downloads a partir do site oficial não ter sido revelado [mas pode ter chegado a um milhão, 38% das quais pagas], o estudo diz claramente que as cópias pirata [as que bigChampagne achou… deve ter perdido muitas!] excederam em muito o tráfego do site da banda.

vamos imaginar que a pirataria seja de cinco a dez vezes o tráfego "normal". ou entre 80 e 90% do que foi pago [ou trazido de graça do site da banda]. qual foi o efeito disso nos resultados de radiohead? o álbum [legal] foi um sucesso, as turnês lotaram, a pirataria "quase autorizada" do material da banda fez o projeto in rainbows bombar, em todos os sentidos.

conclusão [de eric garland, um dos autores]? "…non-traditional venues are stubbornly entrenched, incredibly popular and will never go away… It’s time to stop swimming against the tide of what people want". em português? fontes "alternativas" de música [e mídia] são populares, gozam de muita e boa marca e reputação entre seus usuários e nunca desaparecerão. está na hora de parar de remar contra a maré e ser contra o que as pessoas querem. a conversa completa está aqui, no financial times.

segundo o estudo, os atuais donos de copyright precisam procurar novas formas e lugares de geração de renda pra seu material, fazendo acordos com sites como youTube e outros, ao invés de continuar processando sua própria audiência. é bom lembrar que o estudo não foi feito por um grupo de adolescentes que vara a noite nos torrents da vida, mas por uma associação da indústria de copyright inglesa, justamente uma das que mais ganha com propriedade intelectual [musical] no planeta. resta saber se a própria indústria vai se ouvir. é esperar pra ver… aliás, ouvir.


Saúde e liberdade!

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